quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Pemitir-se como nunca antes, mão, caneta, tinta, papel, idéia, sem isso e aquilo, somente um fluir do espírito em vocabulário português-brasileiro meu, nosso.

Escorrego pelo conto de um momento-sentimento-idéia que não foi premeditado e mal quer dizer algo, vai entrelaçando nos entremeios de uma boa e simples poesia, pretensiosa, para pouco para acabar decidindo tanto sem a culpa do antes-repetido, sem a cobrança de inovar o agora,

Vai e somente vai até o coração sentir que chegada a hora de parar, os dedos já desistiram despreocupados em obedecer qualquer coisa aqui de dentro.

Afinal, eu poesia, vou, voo, caminho, cirando, pulo, berro feito brisa e redemoinho,
nunca quis nascer para ser de quem me escreve, nem desejo ser deste papel ou mesmo de olhos curiosos, sou toda de todo, dada ao Universo como presente achado, desarmada de intenções, feitinha para dançar e bailar e logo assim, acabar dando chance a próxima bailarina de tinta preta; e se assim prefiro, ah eu continuo, persigo meu interprete e persisto em existir só mais um bocadinho.

Sobre meus escritos

Fins de tão próximos
do começo chacoalham
olhares atentos e terminam
num ponto com o
desejo disperto de prosseguir
-e entender.

O que causo e me é causado
o que queria causar e que
me causasse, mas a causa
é somente uma:
ser explicado.

Há superfície, o evidente, tudo que eu mesmo um dia disse, o que é e já sei e o que não percebo, portanto
invada o que me é desapercebido. Se um dia falar de mim, e que eu negue, pois isso, vai caber apenas a você entender, para que eu precise tê-lo ao meu lado.
Nunca esqueça isso.

Debulhar o trigo

Terra de cores, comes
ela mesma morre os filhos
botados por esforço no
seu corpo, plantados
em sua pele, andando
sobre as partes até
o dia que ela, Terra
decide o fim da forma
e a muda a esmo.
Esse, irrefutável, o acaso
de suas decisões para tudo existido, inventado
perfeitas para não sangrar o coração.
Entregar-se de brços dados com o precipício mortal de minhas idéias postas no papel, caladas pela falta de testemunho.
Enganar-se de que com longas braçadas posso arrancar o torpe que toda dor mundana me causa-me.
Condicionar-se a um constante anestésico criado e justificado em tudo que soa doce demais.
Fazer-se acreditar que o "alguém" insistente em soprar aos meus ouvidos que isso e aquilo escrito não o agrada realmente existe em algum lugar (sou eu)
Prometer-se de mundos e fundos, cumprir estritamente o necessário e insistir na perturbação do irreal, do 'algo' que está por vir e que tudo enlaça; não me engano mais bem sobre isso, nunca me enganei.
Evita-se reordar que evitar o limitar é o fato, sua beleza é credito divino aos dias bem vividos, ou não. Sim. Não há não.


...e o sono leva e trás o Universo!