domingo, 2 de agosto de 2009

Começo notável, constato meu estilo, sinto a congruência, prevejo, frustro, fujo.

Escritos dum caderno universitário esporrado por mim entre as páginas do final. Esteve comigo por tuda sua curta vida de 6 meses em Brotas, interior de São Paulo, aonde moramos juntos numa bonita igrejinha e o escrevi todo nas noites após as dez.

O ganhei de Daniela, uma médium.





Fatos, meu caro, fatos.

E olhou no longínquo do céu inquirido porém quieto. Dúvidou, apoquetou, doeu, uivou sozinha no seu anonimato imposto e querido

imersa no interno sem superfície nem fundos
até o eco resistia em responder suas súplicas copiando
ninguém, nada, fim, perda é definição
enquanto o dedo de quem nega age nela
como age no todo; tão mais do que no demais
pois de longe, bem de longe, que se aprecia a
verdadeira pintura, a causa ignóbil e linda
do céu e do sol não chegarem em nossas mãos
mas brotarem de dentro venerando o de fora
Sempre, eternamente, amando de longe.
Pois a distância e a tangente, são descrições
e disso, nós é que entendemos.
Mas ele, ele sempre soube de tudo mais e
de um tanto que nunca caberá em tudo.
Música que os ouvidos sopram fora
pois já acompanharam demais meus ventos
sonhos que não se entende mais qual era
o sentido que lhes deixavam tão próximos
Um albúm cheio até a boca com fotos soltas
cartas e papéis escapando pelas arestas
notórios notáveis, segundos para mim
jamais vividos antes, quem sabe
hiatos que criam o terror e imaginam
o céu , e tudo que aqui há de lá.
Remete algo, a vontade hospedeira
meus olhos injetados, orações me amam
e expurgo a tensão para fora.
Deito sob as folhas, disseco o agora
numa tentativa inconscientemente desesperada
de negar o passado, e culpar o futuro a outros.
As vezes medo, as vezes culpa, insatisfação outras
corrijo, realinho, retorno, prossigo
A ordem as vezes me deixa adivinhar o que será agora
desestruturar tudo é um pesadelo querido
Do quente ao frio, passeio e sou conduzido pelo ser
Entendo demais, e é assim que deveria ser.
Me assusto com a porta atrás de mim
fechando meu grito fora de casa
Tanto que pode passar e estar nas janelas
me convence a prosseguir, mas essa escolha
somente o é, a palavra não cabe aqui
Continuo pois o que não parece continuar
é assim pois assim achamos, e só.

Método meu, e Metodologia Literária

Descritivas intermináveis atuando sentidos e suas correspondências
incertezas que não acreditam muito no que irão falar, mas uma
excitação frígida com tudo isso: sei que quero-as, mas quanto podem
me erijecer?

Fugir em casos assim da inerte, súbita e corrosiva pluralidade e seus
inquéritos é tão paradoxal, afinal, tecer sem rimas legíveis e obje
tividade o aparta da escolástica. A meta obscura é
tocar mais fundo o máximo, até quando faz-se uma lista de compras,
algo quer ser lido. Até os segredos querem achar olhos mais vis
ou que padeçam as mesmas frases...
Sentado aonde na mesma casa nunca sentei
abro mão da angústia de escrever algo novo
relaxo os ombros e não resolvo nessa frase o que está por vir
certas coisas queimam por dentro pedindo, implorando
aos olhos que possam ver algo inexistente
um eco soprado aos ouvidos que dá medo e excita
lembrando do que não ouve. Um velho espírito,
desejos partilhados com o ar, terra suja nas mãos
lave hoje, haverá mais para limpar amanhã, e o cheiro
de algo quase novo sempre vai arrancar um sorriso
elucidações conturbadas confundem e somem
numa constante alternancia, navego em mares
feitos de coisas feitas, inventadas e entendidas
como eu, mas na igualdade, não se entende tudo
sou grão e universo em segundos, então o que me
faz assim, é mar, jangada, eu e ele...

Can you help God to be more faithful?