sexta-feira, 26 de outubro de 2007

Par Ideal

Como explicar ao certo o que é uma conversa proveitosa para mim... Houveram tempos em que eu achava que bom mesmo era falar de assunto complicado, que incentivasse a mente a dar resoluções para problemas sociais, culturais, filosóficos, políticos, econômicos, e de toda a sorte de coisas humanas, sempre levando em conta um contexto crítico, que procurasse ter um novo ponto de vista sobre tudo aquilo que havia tanto sido falado por tanto tempo e por tantas pessoas; não por nada, apenas por que pensar igual me estafa. Isso tudo me exaltava, me sentia ótimo por estar discutindo temas nobres mesmos, e não apenas consequências da vida, mas sim as causas, e o como pensar e racionalizar os efeitos... Aí também ficava todo cheio de si em falar de mim, e ouvir a pessoa falando de si, sempre procurando igualdades e diferenças. Interesses pessoais mesmo, saber tudo que a pessoa ama e expor meus amores, sempre me interessei por pessoas, procurando no fundo igualdades, mas adimirando muito mais as diferenças que na química incerta e subliminar das relações resultava em amizade. Também gostava muito de sonhar, criar mundos e realidades perfeitas e blazés aonde tudo dava certo e cada um tinha simplesmente tudo que podia; praticamente fazer o tópico de antes mas expondo almejos. Porém em todas essas conversas, relações, acasos, encontros, desencontros, eu só recordo mesmo das conversas que tinha com uma pessoa... E eram as melhores... Mas o mais engraçado é que propriamente, conversavamos sobre tantas coisas e sobre todas essas que não houve uma que me marcou como é com as outras pessoas... Todas ficaram tão gravadas em minha alma que não precisam nem ser memorizadas para que superassem. Acho que no final das contas, por mais que algo dentro de nós procure sempre algo mais ou algo além das pessoas, o que vale mesmo são nossas almas... Quando elas conversam, nada mais importa. Agora quando são as bocas que falam, elas só falam, mas não mudam o que já está escrito dentro de cada um de nós. Quando os quereres dão lugar aos sentimentos, você e a pessoa são um só. Na minha constante procura por pessoas que realmente fizessem meu interior vibrar ao conhece-las, jamais me confundi ao ver que estava frente a alguém que se mostrava especial de alguma forma para mim. Mas como acho que alma é a composição das caracteristicas que você tem, uma das que mais adimiro nas pessoas é a compreensão e aceitação. É o saber que, mesmo que a outra pessoa discorra algo que você nega totalmente dentro de si, a sua opnião deve sempre prevalecer para si, e não para a pessoa... São aqueles raros momentos das relações de hoje em dia aonde você não suspende seu juízo, mas eleva ele sobre o da pessoa e apenas descarta os conceitos do outro, ou mesmo adiciona a lista de conceitos inválidos, e segue adiante com um 'notável', ou 'se você pensa assim...'. Discutir é ótimo, mas em certos momentos os egos se chocam e não vale a pena em prol do bem estar entre as pessoas seguir adiante com a desavença. E isso é tão raro de se achar... Eu achei um dia, em uma pessoa, e isso definitivamente não se achar o certo sempre, é simplesmente saber o momento aonde não vale a pena prejudicar os laços por um entrave argumentativo... As pessoas sempre exigem que você pense como elas, mas isso simplesmente não é possível... Cada qual é único em sua composição. Quero alguém assim denovo para mim... O caráter da pessoa é sólido, seus valores são verdadeiros e não precisam ser postos em discussão, a pessoa realmente ama o que pensa, tem fé, e não permeia num mundo de dúvidas e argumentações. O faz por mera contemplação do outro, e não por opção. A opção das pessoas assim e ser ela mesma, e não achar que o seu ser é superior ao dos outros, apenas é diferente, e a pessoa aceita e entende isso. Essa pessoa que citei foi assim comigo algumas vezes, mas tentei tanto força-la a ser eu por ego grande demais, mesmo vendo que já erámos um só, que perdi o valor que essa aceitação entre os egos tinha para a relação. Isso é se entender. Ninguém se entende nos dias de hoje, as pessoas e seus ideiais se tangenciam, entram em rivalidade e se perdem... Se aturam... Pois seus egos jamais vão aceitar as imperfeições que os outros sempre terão. Então todos vivem numa tensão perpétua. E um dia tive alguém que eu sentia que não precisava aturar os defeitos, pois os defeitos da pessoa eram agradáveis, os dois aceitavam as imperfeições do outro e entendiam que eram meras circunstâncias, atitudes mal elaboradas, coisas do acaso do ser; mas como eu disse, tornei meus defeitos que sim eram aceitos, por um jeito insuportável... Tudo minha culpa. Mas quem sabe, no fundo, lá no fundo, essa pessoa também entenda que, por mais que seu ego forte como o meu não aceite tudo que sofreu, e ainda mesmo que o meu ego queira ter essa resposta, ambos sabem que são e foram um só, que sim, se entenderam.

sexta-feira, 19 de outubro de 2007

Carnaval

E quando não se pergunta mais sobre as verdades da pessoa, e não se importa com a máscara interna que contradiz tudo que está ouvindo, que você vive o carnaval... Uma modinha aonde conta o que acha que é, ouve o que ele acha que é, e apenas decanta os juízos... Abre seu coração para o momento, e esquece que algo vai se insatisfazer com tudo aquilo, para que a festa não acabe, e seu coração se entregue (pareça) e o sorriso flua sozinho e sem precedentes... Felizes são os leigos, que mal escutam a voz do juízo pra viver sempre alienados na festa de seus corações que filtra tudo pelos olhos do palhaço, que sempre sabe ver graça nas coisas boas da vida... E tristeza nas ruins, assim, normal, e não misturado. Ele pode até cair aqui dentro, e te dizer que mesmo cercado de sorrisos, fantasias de colombina, querubins e arlequins, paetes, brilhos e danças, você ainda está sozinho, mas consegue viver aquele momento de uma farsa tão boa de se encenar...

Fantasia

Quantos de nós andam fantasiados de humanos racionais por relações fantasiosas criadas apenas para o próprio bem estar... No final das contas e no começo das tentativas, tudo só está realmente vivo dentro do seu imaginário, o resto, são só impressões, mas seu picadeiro sempre é você, e do alto, você brinca seriamente de imaginar as coisas sempre crendo que sim, elas são assim, mas elas nunca são... Alguém vive a realidade? Para isso ele teria que estar fora de si, fora do seu palco realmente tocando o mundo e não apenas o vendo de uma caixa... Então, somos todos artistas do nosso próprio show. Fingimos situações de amor que só são completas e incompletas dentro de nós, odiamos quando colocam nossa ilusão em risco, mas nos odiamos muito mais do que o semblante e as palavras que acusam o outro, pois no fundo, agente sabe a verdade, e sofre quando alguém mostra para nós. Situações imaginadas, possibilidades que no fundo sabemos que são impossíveis, todos usando máscaras num grande circo que é o mundo. Quanto pior você está, mais usa da máscara de que tudo está bem só para não dar o braço a torcer. E quando resolve falar, quer mesmo a atenção de alguém por estar carente e precisa ver a máscara de compaixão. E essa, por dentro, sempre usa a máscara de 'como estou melhor que ela', que esconde 'eu queria isso'... Quando se está feliz e o sorriso perpetua sobre o rosto, alguém lá dentro diz 'quanta idiotice' e outro alguém diz 'nossa isso foi tão engraçado' mas no tom certo de uma novela encenada.. E o entrave entre suas máscaras nunca para, aquela que sorri, e a que se entristece, quando uma está exposta, a outra necessariamente está escondida, porém o mais triste é entender quando as duas existem e ficar sem saber, sem ver, sem perceber, se a máscara sincera é a de fora, ou a de dentro...

quarta-feira, 17 de outubro de 2007

Cultura Brasileira

A sociedade desde muitos séculos atrás vem caminhando para um 'embranquecimento' social. Todos os valores se converteram católicos, e a maior parte da sociedade acredita em um mundo irremediavelmente americanizado. O Brasil é um páis privilégiado pois dentro de sua cultura tão impregnada dos estrangeirismos, possue todo um aparato particular e únicamente brasileiro. Folclore, o culto de santas padroeiras brasileiras, as festas amazônicas e paraenses do Boi Bumbá, os bonecos de olinda, o maracatu, o frevo, a timbalada, a capoeira, o umbanda, quimbanda, o baião e o forró; são todos produções abrasileiradas de uma mistura ponderada entre as origens Brasileiras e a influência tênue do exterior, que não caracteriza esses produtos da arte brasileira, mas muita vezes é caracterizada por eles. O funk por exemplo, é um dos estereótipos musicais mais vendidos exteriormente como sendo a batida mais atual do momento. E suas fundações são particularmente brasileiras. Com um jeito próprio, o Brasil sempre quando está em uma busca artística, se volta para o que há nele próprio para depois exportar termos e definições. Seja olhando para uma crítica social, seja olhando para os amores de verão particularmente brasileiros. Explicando melhor, a beleza nacional produz-se do utero brasileiro, e apenas nele tem suas raízes, mesmo que no final das contas a denominação possa ser americana, como o hip- hop e o forró, que tem sufixos no for all, nome dado por americanos, mas que quando se encontra no brasil, tem todo um ideal, visual e atitudes particulares. Em nosso país não vivemos mais de configurações do externo, o que ocorre na maioria de países desenvolvidos, aqui acontecem produções internas que englobam e são englobadas pelos países desenvolvidos. Porém, em todos os casos, o toque brasileiro sempre é mais visível. Até quando se tratam de tribos, as diferenças por mais que almejem ser iguais, são visíveis desde o meio de vida até o tipo de pensamentos. Mesmo aqueles que mais se alimentam de cultura exportada, possuem em seu ser a intrinseca forma brasileira de se relacionar com o mundo. Em poucos locais do planeta um apreciador da música erudita se preocupa com a política, mas no brasil as discussões mais acirradas sobre as condições do brasil, mesmo que críticas, são feitos por essa dita nata intelectual que não se alimenta do popular. Enquanto isso, os de fora, realmente vivem apenas o circuito das bandas e nada além. Sem falar nos modos de vida brasileiros, os formatos particulares de encarar problemas da massa como sendo apenas problemas, e não privações e desgraças. Mesmo que esse comodismo seja tão critícado, é o que mais faz o brasileiro ser o povo mais feliz da atualidade, cada um em seu consenso com a situação financeira, todos alcançam a felicidade plena das melhores e maiores formas possíveis, enquanto a maioria dos que tem tudo para obter alegria, sofrem de casos e casos de suicídio, depressão e traumas. Hoje, trauma para um brasileiro, é não poder ter o seu momento de descontração com os amigos, não para afogar as mágoas, mas para celebrar a vida.

domingo, 14 de outubro de 2007

Cinema Americanóide

Vendo um filme típico americano hoje, me dei conta que o gosto por essa linha vigente de cinema no Brasil, para mim, é caracterizada por um gosto muito mais crítico que contemplativo. É evidente que alguns roteiros marcam nossas emoções por possuirem elementos de interesse próprio, como Vanilla Sky, Beleza Americana e Donnie Darko, que muito diferem do cinema hollywoodiano clássico. São histórias cativantes por deixarem seus pontos de vista políticos decantados pelo decorrer da história, dando espaço para que os personagens, diálogos, e o roteiro em si superarem as concepções políticas subliminares, presente nesses também, mas como eu disse, num meio muito mais decantado e secundário.
Tais gêneros de filme fazem uma desconstrução dos estereótipos americanos, dando chance para que o enredo, a fotografia, os personagens, os diálogos, as cenas em si, sejam o maior destaque e não a constante exaltação do meio de vida americano. Por mais que, mesmo nesses, uma analogia semiótica possa ser percebida por telespectadores mais atentos, essa ainda perde fronte ao eixo principal do filme, que não é exaltar, mas puramente contar uma história. Agora no caso de clássicos de popularidade, a previsibilidade e a exaltação dos valores capitalistas e totalmente visivel. Comédias aonde o mundo, ou seja, tudo que houver ao redor, irá conspirar para que algo de errado na vida de um americano, mas que no final os personagens principais, ícones típicos da sociedade americana, sempre se dão bem. O mesmo acontece em romances, por mais que fujam de uma linearidade nesse contexto, a vida e as ações das personagens são sempre invejáveis. E quando não o são, o doce destino ianque sempre faz tudo dar certo. Em filmes que procuram emplacar uma moral, essa moral sempre acaba caindo em algum conto clássico de ajude e será ajudado, e não ajude pois é a melhor coisa a se fazer. Sem comentar os poucos do circuito principal que se aventuram em terras distantes. Vendo Diamantes de Sangue estrelado pelo Leonardo di Caprio tais conceitos ficam claro. Sempre, quando se escolhe um enfoque para contar uma história, qual personagem a ser principal e seu drama, automaticamente você forma um ponto de vista sobre os outros personagens que será basicamente dado pelo protagonista. Nesse filme há uma guerra civil desmedida entre africanos contra o sistema e o poder militar do país que tenta conter a ação revolucionária. Em ambos arqueotipos, não há mocinhos, todos só querem matar. Em volta de uma situação caótica a ser explicada e passada como mascaradamente impossível de ser remediada, o clímax dramático do filme fica guardado para o momento aonde Leonardo, um vigarista, e a fotógrafa que não faz nada além de procurar sua história para retratar e não para ajudar, quase se beijam. Após mostrar os negros como animais em uma luta infindável, o próprio militarismo americano no país se corromper pelo diamante valiosissimo que é o eixo do filme todo (capitalismo). O retrato que fica da sociedade africana é de desordem, violência, e inocência. Enquanto as personagens americanas praticamente passeiam sobre o caos sem se contaminar por qualquer sentimento puramente explícito de compaixão com a situação. E esse é apenas mais um exemplo da supremacia americana veiculada em todos os meios de expressão atuais... Tenho consciência que esse não é um assunto realmente original, porém tantas vezes se esquece a importância de ao ver e gostar de um filme desse cunho, ter a consciência que o gosto realmente aparece na crítica; por ser uma visão tão absurda nasce em mim uma sensação de dividir os absurdos que a cultura atual faz com o mundo, e é feita pelos Estados Unidos da América....

sábado, 13 de outubro de 2007

Definição Científica do Popularmente Conhecido por 'Carão'.

(tudo iniciado por maiusculas, e com direito a aspas SIM)

Bem, melhor começar por 'bem' que já acontece dando aquele ar de intelectual mas totalmente insultante a qualquer contraposição, bem, novamente, definir o divulgado carão dos dias de hoje é algo realmente supremo. A música o invoca, arranca de dentro de si uma superioridade e um nojo inexplicáveis. As roupas estão todas fora de moda. Tudo cópia. Os cabelos desarrumadérrimos, testas suadas, rodelas terríveis por debaixo dos braços, os corpinhos tão trabalhadinhos e tentando uma perfeição mascarada por uma doce cobertura de glacê a lá Louis, Armani, Dolce; pézinhos mal feitos e enrugados esncondidinhos em seus Pradas e as enfadonhas Guccis desfilandos pelos traseiros fartamente abrasileirados. A luz jamais o cega, jamais, seus olhos brilham muito mais se você realmente o é. Dancinhas totalmente absurdas e envergonhadas-robotizadas. Eles sempre olham para os lados com um olhar clássico de Gazela fugindo do predador. Sua periférica grava alguém fazendo careta ao tragar seu mentolado Benson. Pose é uma coisa demodé e péssima, carão sim é a única verdade. Careta?! Fumaça nos olhos? Fim da comunicação e aquela parada tenebrosa de averiguação do ambiente que, por mais que tente escorregar por cima das pessoas mas sempre caí em algum ponto, algo sempre chama a atenção dessas pessoas. Seja um babado, seja um coque, seja um grito, seja um lunático descendo até o chão atrarracado a amiga num misto de lambada e bebedeira, seja o copo que o lembra que você está com sede, sempre, sempre SEMPRE, eles perdem o foco por alguma coisa. Aí depois de já ter botado tudo água a baixo, se empenham da maior sorte de biquinhos totalmente insólitos e sem sustância virando a cara para sua rodinha e procurando uma sociabilização imediata, para dizer 'ai que fulana ridícula'. Queridos, beiço seguido de comentário não é beiço, é inveja. Beiço seguido de qualquer coisa é atemporal, out, caído, fake, inútil. Aí finalmente, alguém chega para comprovar minha teoria do 'carão' (eu por exemplo). Copo, ou não em uma mão, cigarro na outra, mas nenhum dos dois realmente estão lá, você não os vê. Você jamais olha para as pessoas, verifica como eles estão, elas SEMPRE estão do jeitinho que eu descrevi. Mas você, aliás, eu não. Posso preencher algumas das caracteristicas, mas o carão e de quem não se atém a esses meros detalhes, não comenta, não fala, se fala, fala sobre a política de comércio externo da Tailândia ou sobre o último desfile ridículo (sempre) da Donatella, ou qualquer outra fornecedora, veja bem, fornecedora e apenas nada de idolatrias modistas, isso é para eles. A moda só produz algum alimento, e não nós que nos alimentamos de moda. Enfim, o olhar é curto e não avalia nada pois já sabe as notas que dar, de -0.25 até um 4.5. Você, eu, jamais se encaixa no 10, jamais se encaixa em uma nota, eles competem, você pisa por cima. Em camêra lenta, um giro de 180 graus passa por todos os seres dali sem JAMAIS se ater a um, a boca levemente se abre em um beijo falsérrimo, e os dentes serrados marcam seu maxilar. Ao fim do percurso pejorativo, os olhos piscam lentamente, o rosto volta para a companhia e um sorriso com o canto esquerdo já esboça "tudo está uma merda nesse mesmo lugar de sempre como sempre, e eu, você não sei por que apenas me acompanha, estamos fabulosos", uso da palavra tão brega por que nesse momento, você tem que envolver sua companhia nessa recíproca do ódio mortal por gente. De costas, sempre e por todo o sempre, você jamais fixa seus olhos em um ponto, as vezes ri escarnosamente com sua companhia, de nada, apenas para compor o visual de "você está me olhando? eu nem estou aqui!". Nesse momento então que o rictus deve se formar e não largar por nada neste mundo de seus lábios, e bate o pé esquerdo sobre o chão enquanto a cintura lentamente desliza para a direita. Um trago lento e marcado com a música. Um pouco de ombros. Um pouco de pernas. Nada de mãos, apenas quando num surto músical realmente raro em uma balada, você ergue o braço e pede por mais três vezes apenas para o dj. O semblante? Não preciso dizer nada. Congelado. Os olhos evitando qualquer contato não por querer evitar, mas simplesmente por que não há ninguém ali. Viu a Cicareli? Repete o movimento. Dentes cerrados, lábios semi abertos, olhada curta, sorriso sarcástico para o acompanhante, e só. De costas para todos. Vai se desclocar, antes para, traga, vira-se, e desliza por dentre as pessoas, jamais olhe para o lado, para cima, para baixo, ou para trás para conversar com o amigo, você está andando, não digo desfilando pois é total demodé, quem desfila é modela e na passarela, o resto é cópia. Os olhos ficam fixos num ponto vazio no horizonte, não na porta pois parecerá que está aflito, apenas vazio, compenetrado, direto, imutável. Reencosta sob o bar, e faz apenas uma vez o olhar seguido dos passos já definidos, depois se volta para sua companhia e fale sobre algo que jamais tenha a ver com tudo aquilo. Se não há companhia, você olha para sua bebida, seu cigarro e de momentos e momentos encaraza fuziladamente alguém sem sorrir nem expressar ninguém, de preferência o que ali no meio pareça merecer o 4.5. Mesmo se não for nele, é necessário asssutar a pessoa "nossa ele está me olhando" o rosto esperado no outro é este. Vá embora cedo, mas deixe claro que está indo embora, olhe no relógio, ou depois de uma sequência incrível de dança pare, e faça a melhor cara de "que música ridícula" e vá embora. Fim, carão de verdade é isso. O resto é tentativa.

sexta-feira, 12 de outubro de 2007

Música....

Qual seria a explicação correta do efeito que a música causa em nós... Qualquer uma que fosse jamais poderia tranpassar para palavras a sensação real que é ouvir a sua música... Aquela, que entre tantas você jamais se cansou de ouvir... Ou aquela outra, que logo na primeira vez, te deixou assim, apaixonado... Os músculos pouco a pouco se relaxam, a cabeça se esvazia de pensamentos, agústias, desejos, sonhos, concretudes no geral para dar lugar a um torpor infindável e inexplicável que toca sua alma... Toca sua alama... E a faz simplesmente parar. Parar para contemplar cada segundo perfeito que é sorvir os sons, as batidas, a melodia, os acordes, seus nuances, a voz;, todos os componentes que a formam deslizando tranquilamente por seus ouvidos excitados, e dos ouvidos para os olhos que brilham emocionados, e dos olhos para boca que se permite abrir sozinha alguns poucos centímetros numa surpreendente satisfação, e da boca para o corpo e do corpo para sua cabeça... Um arrepio doce se escapa e se desenrola por todos seus poros esvaziando toda a tensão e o ar ao seu redor parece dançar sobre sua pele conforme a música os enlaça e rege. Seja triste ou feliz, nostalgica ou sonhadora, não importa com que sentido ela te toca, só importa que o mundo todo para só para você ouvir...

terça-feira, 9 de outubro de 2007

Nostalgia...

Lembrar-se é algo tão transcendental... Voltar a imagens e locais e momentos que nos marcaram faz com que a alma se envolva em uma nuvem doce de felicidade tenra e contemplativa... Por que você pode estar tão mais tão distante de tudo aquilo, que nesse momento, é como se você estivesse exatamente lá, naquele dia, naquele segundo, naquela emoção, vivendo tudo denovo aqui dentro... O que seria de nós se não nos lembrassemos das coisas boas...O amor é a maior nostalgia, pois até quando se está junto, ficamos alternando em lembrar do que foi lindo, sorvir o que naquele momento é bonito, e sonhar com o que a pessoa poderia falar ou fazer para nos deixar mais e mais e mais.... E assim vamos todos indo, com suas lembranças guardadas dentro de si, com seus segundos marcantes, com nuvens róseas que criamos para poder pousar sobre elas e deslizar por dentro de si mesmos em um caleidoscópio de mil e uma vidas, criadas, vividas e criadas, lembradas, lembradas e criadas, e por aí vai....

domingo, 7 de outubro de 2007

Sociedade!

Esses dias estava pensando eu sobre as coisas do mundo capitalista... O sistema acaba fazendo com que tantas pessoas sejam obrigadas a viverem sempre em uma procura incessante do consumo. O tempo todo as felicidades, infelicidades, realizações, e todo o mais, depende do 'adiquirir'. Todo o mundo sempre só visa ter bens materiais e acumular mais e mais. Passam suas vidas todas trabalhando para tecer uma estrutura em torno de si uma edificação de itens capitais e perecíveis. Compram, acumulam, adiquirem, consomem, e gastam todo o seu tempo visando sempre ter mais do que tem. Quando percebem que já conseguiram tudo de material que poderiam ter, casas, carros, festas, viajens, artes, tudo que é então classificado como superfluo realmente se torna etéreo para a pessoa, pois ela simplesmente passa a não dar mais valor as coisas que tem e ninguém mais tem. Já o contrário ocorre com aqueles que vivem na dita 'miséria'. As populações carentes encontram a felicidade e a satisfação nas coisas mais simples da vida, como uma cena de novela, como um almoço entre seus familiares, as vezes mesmo uma ida única ao teatro que os marca para toda a vida e nunca mais se esquecem daquele momento. Todo o dito 'supérfluo' que eles não possuem, por ser algo sempre almejado, os torna muito felizes em apenas querer ter aquilo mas não ter para comprovar que o que não é necessário, um dia sempre enjoa. Enquanto essas pessoas ditas desfavorecidas pela sociedade sonham lindos sonhos de riqueza, realização profissional, luxo e gastanças desmedidas, aqueles que o tem, já não percebem valor nem felicidade em mais nada, pois o clássico ditado popular realmente tem sua realidade: não à mel tão doce enquanto não se sabe o amargo sabor do fel.... A pessoa afortunada desintegra seus valores de felicidade, perdendo totalmente a noção de o que vai realmente agradálas para se aprisionar em um querer eterno que nunca se satisfaz. Enquanto os pobres, tem a felicidade verdadeira e conquistada desde os pequenos momentos e os grandes momentos. Tudo, enquanto bom, é ótimo para eles, e tudo para os outros, enquanto ótimo, é apenas o mesmo.

Mais um pouco sobre meu amor...

Amar foi tão completo pois as almas se conectavam... Os jeitos se confundiam... A dinâmica do ser estava misturada ao da outra pessoa, e em tantos momentos eramos um só que simplesmente não percebiamos......

sábado, 6 de outubro de 2007

Falar sobre o que então.... Hoje, eu decidi tecer a respeito do amor. O amor é algo muito mais vivo em nossas lembranças, quando nos prostramos a dedicar momentos em torno de uma nostalgia gostosa e boa de se exercer relembrando daqueles que amamos, as coisas se tornam simplesmente boas e tranquilas. O amor em suma vive mais no nosso próprio intelecto do que dentro da realidade. Quando se está junto, esperamos atitudes da pessoa que imaginamos, interpretamos gestos simples como sendo feitos só para nós e para a nossa satisfação, agimos como achamos que a pessoa espera e do jeito que, em nossas mentes, a pessoa irá se sentir bem e grata por estar conosco. Então, basicamente, os pensamentos são todos circundados por um ambar pleno de felicidade em querer, almejar, e fazer crendo que para a pessoa, exclusivo dos pensamentos. Tudo, para a pessoa, em direção da pessoa, e isso que acaba resumindo nosso querer naqueles momentos, proporcionar para nos mesmo a satisfação de ver o outro satisfeito conosco. E não há nada que se compare a isso. Tudo, tudo mesmo, no decorrer de nossos dias e atos, sempre está visando o nosso bel estar. O nosso querer. Os nossos desejos. Mas a verdade pura e emocionante do amar é exatamente isso, querer algo e amar algo por simplesmente amar, por puramente querer fazer bem a pessoa. Assim, a felicidade nesse único momento que é amar fica restrita ao outro, pois só nos tornamos felizes se a pessoa está feliz, se a pessoa corresponde nossos atos de uma forma positiva, e não se nós, se o nosso egoísmo, corresponde de uma forma positiva. O ser se confunde com o outro ser, pois ser sempre é ser si mesmo, e quando se ama, o ser é querer ser o outro, mas não para viver a vida da pessoa e ter as coisas que ela tem, como uma inveja, é querer apenas observar, sorviver tudo que a pessoa diz, faz, pensa para você. Por que tudo quando se ama, é feito pela pessoa e não por você. Por mais que você sinta uma felicidade em sentir o amor, essa felicidade consiste basicamete em querer ver o bem da pessoa e não o seu. O "seu" passa para segundo plano, e você só espera, espera em uma angústia as vezes terrível de querer demais que a pessoa olhe para você com os mesmos olhos. Por que você quer tanto a pessoa por perto, dentro de você, que as coisas ao redor e os sinais que troca com ela não influem no que você sente. Você apenas sente. Sente e quer que a pessoa sinta o mesmo. Pois para você, lembrar, pensar, imaginar, conversar, tudo com a pessoa, é tão gratificante, que na realidade, por mais que você não transmita isso na ansia de querer que ela te ame como você a ama e não conseguir (pois o jeito de cada um amar sempre é particular), acabamos nesse torpor que é o amor, sendo de um jeito que as vezes parece hostil. É como uma frustração, dentro de você há tanto amor e tanto carinho para ser dividido, uma vontade tão pungente e edificante o ocupa em simplesmente querer amar, que você não consegue mostrar isso em palavras. Apenas espera. O olhar, o imaginar, o lembrar, todos, tudo com a pessoa, é uma espera doída, uma espera que não tem fim apenas de uma forma. Essa espera consiste olhar para a pessoa perto de você e quer muito que ela faça algo que você imagina mas que não sabe o que, que vai realmente concretizar o amor. É como se algo sempre estivesse faltando mesmo quando você já tem tudo que a pessoa poderia te demonstrar sendo amor. E esse algo que falta se revela quando ambos já não pensam mais no amor, um não fica apenas querendo mais, e outro se frustra por estar tão bem como está mas não suporta o jeito do outro de sempre querer; neste momento, o sentimento decanta em um nível brando de contemplação, não um observar sorvindo cada palavra como se fossem um canto, e nem um esquecer-se e entrar afundo numa relação, não, o amor real se revela quando tudo isso fica de lado para que apenas os corações se conectem, e as palavras demonstram que ambos estão simplesmente adorando tudo que está sendo falado, dito, trocado, partilhado, o sorriso internto fica latente em ambos corpos, e uma aúrea de intimidade envolve os dois como se conhecessem a séculos. No meu caso, nesses momentos, eu esquecia que amava e apenas achava perfeito o olhar, o sorriso, o jeito, as palavras, e ele, amava meu jeito de concordar, de sorrir, de apenas estar ali. Nenhum dos dois persistiam em se angustiar com o que viria depois, ou com o que deveria ter vindo, ou com o que estava acontecendo; as vontades, os sonhos, os conceitos davam lugar a plena sensação de estar com alguém que você gosta e ver que, se gosta ou não, nesses momentos não importa, pode ouvi-lo e ver que ele o escuta. Então nada mais importa. Embebido pelo momento de estar junto sem dar chance para a dúvida ou para a contemplação, você apenas relaxa, esquece de todo o resto, e realmente ama, por que esquece o que é amar para sentir... Amar é uma palavra, cheia de recheios e conceitos e medidas e reações esperadas e não esperadas, por isso limita o que é senti-lo; sempre está na essência de uma palavra uma forma, e quando você esquece a forma de amar, que você realmente ama... Você não espera, mas se satisfaz com o sorriso da pessoa, você não força uma idéia, mas a vê se transformar em palavra e realmente tocar a pessoa... Nesses momentos tudo se torna completo, e o amor realmente deslizam pelos corpos. Porém mais certo que esses momentos, só aqueles em que você está em silêncio... Quieto... E simplesmente não espera que a pessoa diga nada, e nem a pessoa espera algo de você, então vocês apenas se enchem de felicidade em estar juntos, lado a lado, ele ali e você ao lado, realmente envolvidos no amor, sem precisar dizer nada, sem se preocupar com nada... No começo de toda quietude pode haver alguma dúvida, mas se você realmente ama a pessoa, elas se perdem e dão espaço para um nada preenchido de felicidade, um hiato feliz que é saber que a pessoa está ali e você também. Os corpos nesses momentos que são os únicos a ficarem desejosos, querendo demais ter o outro abraçado, mas a mente sabe que não é isso que vai melhorar o momento, que apenas o estar junto já completa tudo.

terça-feira, 2 de outubro de 2007

Vida Simples!

O que escrever então depois de tantas coisas que aconteceram.... Dizer que as coisas não acontecem, mas agente que acontece nas coisas. O mundo sempre é do jeitinho que você quer que ele seja, independente de qualquer coisa que possa demonstrar o contrário, mas não passa de um sopro, um nada, um pingo comparado a força que a nossa cabeça sempre tem perante todos os fatos que possam acontecer. Sempre, sempre você pode superar tudo e continuar vivendo e isso que é o mais importante, o resto é só conversa, é só piada, e por isso sou feliz! Sei que os tempos os ares as vidas e os mundos andam mudando muito, mas tenho certeza de que eles nunca estiveram parados, estavam sempre se mexendo, agora eu tenho consciência disso apenas isso. Ando perdido em pensamentos que parecem atrapalhar minha vida, mas no final da conta não passam de pensamentos,