quarta-feira, 14 de novembro de 2007

Página desmarcada
dedos arranhando o papel
palavras que da ponta da língua
escorrem para o nada.
Inspirações e expirações
desmanchando toda a poesia
que, segundos antes de pintar o papel,
eu havia iamginado, e já não o é.
Algumas lembranças daqueles versos
vagam sozinhas pelo fio ineterrupto
do 'queria ter dito' que povoa
a imaginação; mas acaba a linha
e nada mais se tem denovo.
Como pode o todo perder-se em
uma palavra, e o que não o é,
jamais definir-se em palavras.
Letras, períodos, pontos, frases
se juntando com nenhum ou algum
propósito inexplicável que, as vezes
se mostra no contexto, se esconde nas entrelinhas
mas mesmo assim, vai:
completa o caminho de não caminhar.

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