quinta-feira, 15 de novembro de 2007

Virtual...

Descrever a tenue substância que compõe nossos pensamentos, os nuances imperceptíveis de humor e valor que vão transgredindo nossos valores sem que percebamos, e quando entendemos, tudo parece tão... artificial. Por quantas vezes você já não olhou para quem ama se perguntando por que está com essa pessoa, para seus filhos e pensando que são um total fracasso, para sua vida como se de tão efêmera não tenha significado nada para você além de memórias e memórias mas a ação, quando acontecia, você nem percebia... Momentos que guarda com cuidado, mas no fundo sabe que quando os vivenciava, eram só segundos, passaram. Dias que esperou tanto, e que quando chegava, de nervoso, não via a hora que acabassem. E dias em que algo aqui dentro implorava para não passassem, como todo o resto passou. Criamos ao nosso redor uma teia virtual de preconceitos, vontades, saberes e sonhos. No final, todos se esvaem por dentro os dedos enrugados que mal escapam das mesmas culpas, da sensação de que devia ter feito mais, das angústias por não saber como será o fim; mas a vida vai e o fim vem, sempre. Sempre. E nada impede isso, apenas nós mesmos, que nesse caminhar insensato, fugimos da única realidade que realmente está conosco desde que vimos a primeira luz. O demais, não passam de percepções, opniões, visões nossas sobre como o mundo é, por que ele é para cada um único, mas mesmo assim, é o mesmo; divide-se a morte e os veículos de entender são os mesmos, então por mais que você ache que ninguém sentiu isso que você sente agora, nesse exato momento, milhões sente-se assim pela mesma coisa que você sente, e bilhões por se achar sozinho. Jamais estamos sozinhos, a certeza absoluta sempre nos acompahará.

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